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El Niño continuará até abril e trará eventos meteorológicos extremos no Sul do Brasil

Fenômeno deve ter maior força entre novembro e dezembro

8 de novembro de 2023
El Niño deverá trazer chuvas fortes. (Foto: Maria Eduarda Fortes)

O fenômeno El Niño, relacionado com o aumento das temperaturas, deverá continuar até abril de 2024. A informação consta no boletim da Organização Meteorológica Mundial (OMM) publicado nessa terça-feira (7). No documento, há 90% de probabilidade de que esse fenômeno cíclico do Pacífico persista até o ano que vem. Também é muito provável que, “no auge, chegue a valores correspondentes a um episódio intenso”.

Em setembro, “a temperatura da superfície do mar na zona centro-leste do Pacífico equatorial apresentou magnitudes moderadas”, relatou a organização, observando que “as temperaturas sob a superfície do leste do Pacífico equatorial” foram “muito superiores à média”.

Segundo a OMM, nos últimos quatro meses, “foram registrados aumentos constantes da temperatura da superfície do mar”, e são esperados “novos aumentos (embora mais fracos) dessas temperaturas nos próximos meses, em função da intensidade e da natureza das retroações atmosférico-oceânicas”.

Conforme a MetSul, novos extremos de precipitação e seca devem ser esperados no Brasil. Chuva com volumes muito acima da média está no prognóstico climático para os próximos meses ainda no Sul do país e acumulados acima do normal são previstos para as próximas semanas em parte do Centro-Oeste e do Sudeste, sobretudo no Mato Grosso do Sul e São Paulo.

O El Niño se intensificou nos últimos dias com maior aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial e as anomalias de temperatura da superfície do mar aproximam-se do patamar de um Super El Niño, esperando-se um aquecimento oceânico ainda maior no decorrer das próximas semanas com intensificação do fenômeno oceânico-atmosférico.

De acordo com a maioria dos modelos, o pico de intensidade do fenômeno se daria entre novembro e dezembro. O último boletim semanal do estado do Pacífico da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), a agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos, indicou que a anomalia de temperatura da superfície do mar era de 1,8ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central.

A maior anomalia até então neste episódio de El Niño, que se iniciou em junho, tinha sido de 1,7ºC e registrada no boletim da semana de 20 de setembro. Nas cinco semanas seguintes, a anomalia de temperatura da superfície do mar na região Niño 3.4 registrou estabilidade, variando entre 1,5ºC e 1,6ºC.

O que é o El Niño

Um evento de El Niño ocorre quando as águas da superfície do Pacífico Equatorial se tornam mais quente do que a média e os ventos de Leste sopram mais fracos do que o normal na região. A condição oposta é chamada de La Niña. Durante esta fase, a água está mais fria que o normal e os ventos de Leste são mais fortes. Os episódios de El Niño, normalmente, ocorrem a cada 3 a 5 anos.

Fonte: Correio do Povo
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