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Leandro Boldrini é condenado a 31 anos e oito meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado do filho Bernardo

Leitura da sentença foi feita pela Juíza Presidente do Tribunal do Júri, Sucilene Engler Audino, no final da tarde desta quinta-feira (23)

23 de março de 2023
Sucilene leu a sentença no início da noite. (Foto: Vinicius Araujo / Rádio Alto Uruguai)

Após quatro dias de julgamento, o conselho de sentença formado por jurados da comunidade, condenou o réu Leandro Boldrini pela morte do próprio filho, o menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, em crime de homicídio ocorrido em 2014. Boldrini e outras três pessoas já haviam sido condenados em júri também realizado na cidade de Três Passos, no ano de 2019. Porém, a condenação do médico foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Estado, e um novo julgamento foi marcado para esta semana.

Boldrini foi sentenciado a 31 anos e oito meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, motivo fútil, dissimulação e emprego de veneno) e falsidade ideológica. Ele foi absolvido do crime de ocultação de cadáver.

A promotora Lúcia Helena Callegari, após o encerramento do júri, mostrou estar satisfeita com a condenação: “Estamos tratando de um fato que jamais poderia ter acontecido. Jamais aqueles que têm o dever de proteção podem matar. Bernardo era um órfao vivo. Agora, está morto e vai deixar uma marca nessa cidade. Nos fazem ver que precisamos estar atentos. Quando a gente observar que as coisas estão erradas na família do lado, a gente tem de denunciar, não podemos silenciar. Não podemos ter outros Bernardos”, destacou.

O promotor Miguel Germano Podanosche, que também atuou no julgamento pela acusação, disse que após esses quatro dias sente-se outras pessoa: “o doutor Bruno Bonamente, que foi promotor em Três Passos e participou do último julgamento, disse que esse processo tem vida, tem energia. Quando ele disse isso, pensei que fosse apenas uma força de linguagem. Participando desses quatro dias pude ver que ele tem inteira razão. Essa energia é literal. Ela perpassa a gente de uma forma que não existem palavras para descrever o estado de ânimo nosso, ao fim de um julgamento como esse”.

A defesa de Leandro Boldrini, realizada pelos advogados criminalistas Ezequiel Vetoretti e Rodrigo Grecellé Vares, informou que, depois de nove anos, está deixando o caso, após participação nos dois julgamentos do médico. E afirmou que um possível recurso deverá ser avaliado por uma nova equipe que venha a assumir a defesa do condenado, se assim ele desejar.

Leandro Boldrini esteve ausente nos três últimos dias
O réu, Leandro Boldrini, somente compareceu no plenário do julgamento no primeiro dia de trabalhos, na segunda-feira (20). A partir de terça-feira, quando apresentou um quadro de crise nervosa, derivado de estresse, segundo informações médicas e que foram repassadas pela sua defesa, ele acabou sendo dispensado de participar do júri.

Nesta quinta-feira, quando teria o direito de depor no interrogatório previsto nas sessões de júri, acabou novamente apresentando problemas de saúde e a defesa preferiu pedir sua dispensa.

Boldrini chegou ao fórum de Três Passos, neste último dia, por volta de 8h32min. Ao sair da viatura da Polícia Penal e antes de entrar no prédio do fórum, ao avistar fotógrafos de veículos de imprensa, no lado de fora do pátio, esboçou uma tentativa de falar algo, mas foi contido pelos agentes.
Por volta de 10h15min, foi levado de volta a Ijuí, na Penitenciária Modulada, e, durante a tarde, encaminhado mais uma vez para a Penitenciária de Alta Segurança (PASC), em Charqueadas, onde seguirá cumprindo sua pena em regime fechado.

Confira as penas:

Homicídio quadruplamente qualificado – 30 anos e 8 meses de reclusão

Falsidade ideológica – 1 ano de reclusão falsidade

Leandro Boldrini acompanhou o primeiro dia de julgamento, mas, na terça-feira, foi solicitado atendimento médico e ele foi dispensado de permanecer em plenário.

Hoje pela manhã, a defesa dele comunicou que o réu não estava em condições de ser interrogado e ele retornou ao Presídio de Ijuí, onde permaneceu nos últimos dias.

Caso

Bernardo Boldrini tinha 11 anos quando desapareceu, em Três Passos, no dia 04/04/14. Seu corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova vertical em uma propriedade às margens do rio Mico, na cidade vizinha, Frederico Westphalen.

No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos, suspeitos, respectivamente, de serem o mentor intelectual e a executora do crime, com a ajuda da amiga dela, Edelvania Wirganovicz. Dias depois, Evandro Wirganovicz foi preso, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino foi enterrado.

Primeiro júri e anulação

Em 2019, Leandro foi condenado a 33 anos e 8 meses de prisão (30 anos e 8 meses por homicídio, 2 anos por ocultação de cadáver e 1 ano por falsidade ideológica).

Também foram condenados: Graciele Ugulini (34 anos e 7 meses de reclusão), Edelvania Wirganovicz (22 anos e 10 meses) e Evandro Wirganovicz (9 anos e 6 meses).

No final de 2021, a 1ª Câmara Criminal do TJRS considerou que houve quebra da paridade de armas durante o interrogatório do médico, anulando o seu julgamento.

Situação atual dos réus

O réu Leandro Boldrini está preso preventivamente desde 14/04/2014. Graciele Ugulini segue presa e tem previsão para progressão de regime para o semiaberto em 09/07/2026. Edelvania Wirganovicz está atualmente em regime semiaberto. E Evandro Wirganovicz está em regime semiaberto, atualmente em livramento condicional.

Fonte: Rádio Alto Uruguai

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