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Ponte em Porto Xavier é o projeto mais avançado entre as prioridades anunciadas por Brasil e Argentina

Ponte será erguida sobre o rio Uruguai, na BR-392, e terá 950 metros

1 de fevereiro de 2023
Atualmente, a ligação entre Porto Xavier e San Javier é feita por uma balsa, que não opera nos domingos (Foto: Prefeitura de Porto Xavier)

As obras anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante as agendas oficiais na Argentina e no Uruguai, na última semana, estão em diferentes etapas e reúnem uma série de complexidades e incertezas. O certo é que o Rio Grande do Sul, fronteiriço com os dois países vizinhos, poderá ser beneficiado pelos investimentos, que preveem interligação rodoviária, hidroviária e transporte de energia.

Reunido com os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e do Uruguai, Luis Lacalle Pou, Lula mencionou empreendimentos de grande porte que podem gerar investimento de cerca de R$ 4,9 bilhões. O maior aporte, de R$ 4,6 bilhões, está relacionado à construção de um gasoduto de 600 quilômetros entre Uruguaiana e Porto Alegre para trazer o gás argentino extraído da reserva de Vaca Muerta, na província de Neuquén.

A situação mais avançada é a construção da ponte entre Porto Xavier, no noroeste gaúcho, e San Javier, na Argentina. Hoje, a ligação entre as cidades é feita de balsa. A obra consta no plano dos cem dias do Ministério dos Transportes e virou uma das prioridades.

Ponte internacional entre Porto Xavier a San Javier

A construção de elo rodoviário entre Porto Xavier, no Rio Grande do Sul, e a cidade argentina de San Javier é o empreendimento mais avançado dentre os citados por Lula nas agendas pelos países vizinhos.

A empresa Coesa — Construções e Montagens S.A foi contratada pela União para elaborar os projetos básico, de engenharia e também para executar a obra. O pacote de serviços inclui a emissão das licenças ambientais e desapropriações que precisam ser feitas no trajeto da futura ponte. O investimento previsto é de R$ 222 milhões.

Neste momento, a etapa do empreendimento é a seguinte: o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) aguarda a apresentação de documentações pela empresa contratada para emitir a ordem de serviço para a elaboração dos projetos de engenharia e estudos ambientais.

A estrutura será erguida sobre o Rio Uruguai, na BR-392, e terá 950 metros de extensão. Também serão construídos os acessos à ponte dos dois lados: 900 metros no Brasil e outros 500 metros no solo argentino. O equipamento foi incluído no plano prioritário de cem dias do Ministério dos Transportes. Apesar de estar mais adiantado, a conclusão ainda é algo distante. Depois de superada a fase de projetos, o Dnit estima que serão necessários 1.440 dias para executar a obra. Isso é o equivalente a quase quatro anos de trabalhos construtivos.

Na região, é aguardada com expectativa a data em que a ponte sairá do papel. Atualmente, a ligação entre Porto Xavier e San Javier é feita por uma balsa que funciona de segunda-feira a sábado. No domingo, não se faz a passagem. E o serviço fica prejudicado quando o nível do rio sobe ou desce, a depender do regime de chuvas. Isso é um freio à economia e à integração. O prefeito de Porto Xavier, Gilberto Menin, relata que a fronteira do município conta com cerca de 15 mil cargas anuais, incluindo importações e exportações de alimentos, maquinário e material de construção. Ele avalia que, com a ponte, a cidade terá um salto no movimento aduaneiro, considerando que as fronteiras São Borja/Santo Tomé e Uruguaiana/Paso de los Libres enfrentam níveis de saturação.

— O transporte aumentaria em 30% em Porto Xavier, desde mercadorias até turistas. Muitas empresas vão optar por Porto Xavier — afirma Menin.

No caso do turismo, ele afirma que a pesca esportiva do Dourado, no Rio Uruguai, tornou-se uma mania na região. A dependência da balsa, contudo, reduz o número de turistas argentinos.

— Seria fantástico (com a ponte), porque abriríamos as portas para a Argentina consumir. Os argentinos vêm muito, a pesca esportiva é uma sensação por aqui e o turismo cresceria — afirma o prefeito.

Fonte: GZH

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